sábado, 21 de junho de 2008

Manuel Pacheco em entrevista ao jornal "O Imediato"

Pressões levaram o presidente à recondução do cargo



Manuel Pacheco reassume liderança do Freamunde


Foi num auditório despido de público que Manuel Pacheco anunciou a sua continuidade como presidente da comissão administrativa do SC Freamunde. Visivelmente incomodado com a ausência de sócios na assembleia, o presidente reeleito traçou os objectivos para a próxima época e expressou a necessidade de continuar pelas pressões exercidas.


A colocação de um relvado sintético no complexo desportivo e a ausência de alternativas para a sucessão directiva foram os argumentos apresentados por Manuel Pacheco que justificaram a sua continuidade por mais uma temporada.Depois de vincar firmemente a sua posição de abandonar o cargo de presidente, Manuel Pacheco alterou o discurso após o jantar de gala do 75º aniversário da colectividade. “Fui pressionado pelo presidente da Câmara Municipal para ficar mais um ano, pois só assim é que a autarquia assumiria a colocação de um relvado sintético. Como esta obra não é para mim nem para o Rui Neto, mas para o SC Freamunde, sentimos a obrigação de continuar”, explicou o líder freamundense.A comissão administrativa recentemente eleita sofreu pequenos reajustes, com entrada de elementos que vieram comportar saídas de elementos influentes no clube. “Tenho que agradecer o esforço do presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira e o presidente da Junta de Freguesia de Freamunde, que foram incansáveis na forma como ajudaram a construir a minha lista”, refere Manuel Pacheco, visivelmente satisfeito com os novos colegas de trabalho.Orçamento rigorosoResolvida a questão directiva que, à semelhança dos anos anteriores, sofreu alguma indefinição que preocupou a massa adepta, a próxima prioridade passa por completar o plantel para a próxima temporada que, recorde-se, sofreu algumas alterações, com a saída de jogadores que foram fundamentais na boa época desportiva. Jorge Regadas não perdeu tempo e apresentou a Manuel Pacheco uma lista de jogadores que considera terem condições para fazer esquecer os que abandonaram o clube. Os desejos do treinador foram atendidos, mas sempre com um rigor orçamental a acompanhar as negociações. “Não vamos fugir do orçamento da época passada, que rondou os 860 mil euros. Trabalhar com pouco dinheiro e fazer um campeonato como o da época que terminou é de louvar, mas orçamentar uma equipa com valores elevados e depois chegar ao final da época com meses de ordenados em atraso é que devia ser punido. As pessoas com estes pensamentos deviam abandonar o futebol porque as instituições precisam de gente séria”, critica Manuel Pacheco. A boa temporada que a equipa realizou é um bom prenúncio para a que se segue, mas o presidente faz um apelo envolto em críticas. “Não podemos pensar em algo mais que a manutenção porque quando pensámos que era possível lutar pelos primeiros lugares não nos deixaram. O Freamunde foi muito prejudicado pelas arbitragens quando começou a apertar os clubes da frente. Se no futuro caminharmos nesse sentido, espero que haja mais atenção e seriedade desportiva”, acrescenta.

Dinheiro fresco

Manuel Pacheco comentou o provável retorno financeiro de Bosingwa. “Só acredito que vamos receber quando entrar na conta do Freamunde. Penso que temos direito a 100 mil euros, mas o nosso departamento jurídico está a tratar do processo e já notificou o Chelsea”. Para além do defesa, o avançado Diogo também pode trazer proveitos. “Tivemos uma proposta do Nacional, mas os números que nos apresentaram não agradaram e apresentamos uma contraproposta. Continuamos à espera de um contacto”, referiu Manuel Pacheco que demonstrou abertura para negociar Diogo. “Qualquer jogador do Freamunde que seja abordado por clubes de divisão superior, estou receptivo a negociar, mesmo ficando prejudicado financeiramente, mas não podemos abdicar dos nossos interesses”.

Bura e João Pedro quase descartados

Há muito que se tem falado do interesse de Bura ou João Pedro para encerrar o plantel do Freamunde. Os defesa pertencem ao FC Porto e Jorge Regadas nunca esconde o desejo de poder contar com um destes atletas para reforçar a zona defensiva da equipa. Por isso, Manuel Pacheco esteve há dias reunido com Joaquim Pinheiro, elemento da SAD do FC Porto, mas a conversa não teve os efeitos desejados. “Fiquei decepcionado com o que ouvi, porque as pessoas sabiam para o que íamos, mas começaram a encaminhar-nos para outras situações. Não acredito que estes jogadores possam reforçar o Freamunde”.

Solidário com Fernando Sequeira

A indefinição desportiva do vizinho Paços de Ferreira não passa ao lado do Freamunde e Manuel Pacheco aproveitou para demonstrar solidariedade a Fernando Sequeira. “É público que não nutro simpatia pela instituição Paços de Ferreira, mas tenho lá grandes amigos, como é o caso do presidente. Comungo com as palavras dele, porque os clubes que não cumprem com as obrigações não deviam participar nos campeonatos profissionais. Nesse aspecto estou solidário com o presidente do Paços de Ferreira”.

Foto: "Um verdadeiro olhar"

3 comentários:

Anônimo disse...

Enquanto não terminar esta ligação entre clubes e autarquias seremos sempre uns coitados sobrecarregados de impostos! É vergonhoso como as obras de um clube de futebol são sempre financiadas por dinheiro público. Desde o Euro 2004 até este sintético, todo esse dinheiro PÚBLICO, meu e de restantes contribuintes, é desaproveitado numa actividade que visa a ilusão dos problemas que realmente assolam o nosso país.
Tenho pena de que o futebol seja o valor superior dos nossos jovens, que a principal virtude neles incutida seja a da competição, a de fazer tudo por uma inutilidade. E depois queixam-se que vivemos num mundo-cão.
Por um futebol com virtude, desligado do poder local. Por autarquias que promovam o bem-estar social e não o bem-estar de clubes desportivos que deveriam ser auto-suficentes

Anônimo disse...

Meu caro, se o Estado cumprisse as suas obrigações sociais, promovendo a prática desportiva, os clubes não seriam onerados com essa demissão estadual substituindo-se-lhe e dando acolhimento a tal actividade lúdica,fundamental para o desenvolvimento físico e mental, de que é apanágio o brocardo latino «mens sana in corpore sano».Com o devido respeito cuide, antes, das «of-shore», das pseudo fundações que só servem para lavar dinhero, em suma da «white colour criminality». Understoud? Viva o SCF.JR

Anônimo disse...

Pérolas para «pig»...