sábado, 17 de março de 2012

Clubes não fazem greve "mas podem parar campeonatos"

Garantia de José Godinho
Os clubes que defendem o alargamento da Liga reiteraram este sábado essa vontade e, tendo o presidente da Oliveirense como porta-voz, lembraram que têm capacidade parar os campeonatos se não houver vontade de encontrar um consenso.
"Nós não temos formas de luta. Temos é atitudes para ultrapassar dificuldades para que possamos vir a ter. Elas já estão estudadas. Vamos encetar contactos para promover reuniões, não apenas relativamente ao alargamento, mas também sobre o Totonegócio, as equipas B e as transmissões televisivas. Se por acaso verificarmos que não há uma resposta positiva para chegarmos a um consenso, não temos pejo algum em tomar atitude. Os clubes de futebol não fazem greve, mas podem parar as ligas, o que é diferente", disse José Godinho.
O dirigente falava em Oliveira de Azeméis, após uma reunião dos clubes que aprovaram em Assembleia-Geral (AG) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) o alargamento da Liga de 16 para 18 clubes sem despromoções e que analisaram a situação depois de verem a sua pretensão rejeitada pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
"Consideramos que o futebol profissional está a ser denegrido, nomeadamente os clubes com pouca capacidade económica, que são aqueles que também mais sofrem. Já sabemos o que terá de ser resolvido, que é o alargamento. E isso é irreversível, porque há uma grande maioria que o aprovou em Assembleia-Geral", afirmou.
O dirigente sublinhou que a decisão dos clubes é legítima e que a aprovação da medida para alargar a Liga representa a vontade de uma maioria.
"Se estamos em democracia, ao contrário de algumas pessoas que dizem que os grandes têm de puxar as orelhas aos pequenos, não podem acontecer coisas como no tempo da ditadura. Ainda há democracia e tivemos 31 votos a aprovar o regulamento. Ou se respeita ou acaba-se com a democracia", declarou.
Na terça-feira, a AG da Liga aprovou o alargamento da Liga já na próxima época sem despromoções à Liga Orangina, rejeitando a proposta de uma "liguilha" avançada pelo presidente da LPFP, Mário Figueiredo. No entanto, vários clubes manifestaram-se contra, nomeadamente o FC Porto, que prometeu recorrer para o Conselho de Justiça, e o Sporting, que anunciou a impugnação da reunião magna.
Dois dias depois da AG da Liga, a direção da FPF reuniu-se com os sócios ordinários do organismo e decidiu "chumbar" a proposta, considerando que viola a verdade desportiva.
Para a próxima época está previsto o alargamento da Liga Orangina a 22 equipas, com a inclusão de seis equipas B, mas o protocolo que regula as relações entre LPFP e FPF ainda não foi alterado nesse sentido.
Por outro lado, as equipas que manifestaram intenção de inscrever equipas B podem recuar face à vontade de alguns clubes da Honra quererem que uma percentagem das receitas televisivas dos jogos dessas equipas reverta a seu favor.
Em 2006, os quadros competitivos do futebol profissional foram reduzidos a 16 equipas em cada escalão.

@Record

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