40 mil euros fazem Regadas abrandar

É bem provável que daqui para a frente tenhamos um Jorge Regadas mais reservado em relação às arbitragens. O treinador do Freamunde, conhecido por não ter papas na língua no final dos jogos, quebrou ontem o silêncio de um mês devido a um castigo na sequência das polémicas afirmações após a partida frente ao Varzim. Ora, na altura Regadas disse, entre outras coisas, que "o Feirense tem de subir", insinuando que a equipa de Santa Maria da Feira era beneficiada. Tais palavras levaram Manuel Pacheco, presidente da Comissão Administrativa do Freamunde, a desculpar-se a Rodrigo Nunes, presidente do Feirense, pedido que reforçou na véspera do jogo entre os clubes, no passado domingo. Em Freamunde especulou-se que a relação entre a CA e o treinador ficou a partir de então abalada, mas Regadas garantiu ontem que "não há qualquer clivagem". "Há divergências que são naturais. [Manuel Pacheco] É talvez o melhor presidente com quem trabalhei no Freamunde", elogiou. Todavia, Regadas, para quem o Freamunde já perdeu cinco pontos devido a erros de arbitragem, aproveitou para abordar o penálti que deu o empate ao Feirense, que acabaria por vencer por 2-1. "Já sabia o que se ia passar. Quem anda no futebol há muitos anos percebe estas coisas. Há influências no futebol português e continuarão a existir", criticou, garantindo que a partir de agora deverá ser o presidente a falar sobre árbitros. "Ao longo da carreira já paguei mais de 40 mil euros em multas e isso desgasta a minha imagem", lembrou.

in "O Jogo"